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02.09.2024 Medicina

Protocolo de telemedicina diminui prescrições desnecessárias

Estudo mostra que, adotando-se diretrizes de atendimento, foi possível reduzir a indicação de antibióticos e antimicrobianos a pacientes com covid-19

De acordo com estudo publicado na revista Einstein (São Paulo), o treinamento baseado em diretrizes pode levar a menos prescrições de antibióticos e antimicrobianos, quando se trata de suspeita ou diagnóstico de covid-19 | Imagem: Shutterstock

Em abril de 2020, a Sociedade Americana de Doenças Infecciosas (IDSA) publicou suas diretrizes para o atendimento por telemedicina de casos suspeitos de covid-19. As recomendações foram imediatamente adotadas pelo Centro de Telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein, com sede em São Paulo.

Em um estudo publicado na revista Einstein (São Paulo), pesquisadores da organização analisaram todos os atendimentos ocorridos entre março daquele ano e agosto de 2021 para avaliar a adoção do protocolo e a aderência às diretrizes internacionais.

Enquanto no mundo todo a prescrição de drogas desnecessárias, principalmente antimicrobianos, passa de 75% para pacientes com suspeita ou confirmação de covid-19 atendidos por telemedicina, no período analisado na instituição brasileira, esse número foi menor que 1%.

“A qualidade do cuidado e da segurança para pacientes com suspeita de infecção respiratória atendidos por telemedicina estão intimamente ligadas a baixas taxas de prescrição de medicações injustificadas e de alto risco”, escrevem os autores.

Para chegar aos resultados, foram analisados registros médicos levando em conta diversos indicadores de qualidade. Com base nas métricas de cada médico, era dado um retorno com recomendações baseadas nas diretrizes da IDSA.

O estudo incluiu todos os adultos atendidos com sintomas respiratórios nos 14 dias anteriores que buscaram atendimento por telemedicina no período. Os pacientes tinham suspeita ou confirmação de covid-19 ou outras infecções das vias respiratórias.

Prescrições de antibióticos reduzidas

Dos 221.128 pacientes avaliados:

A idade média dos atendidos foi de 35 anos. No total:

A taxa de prescrição de antibióticos em casos confirmados ou suspeitos foi de 0,46% a 0,65%, e de prescrições sem evidência científica foi entre 0,01% e 0,005%.

O estudo conclui que o treinamento baseado em diretrizes e o retorno dos supervisores aos médicos sobre as consultas pode levar a menos prescrições de antibióticos e antimicrobianos quando se trata de suspeita ou diagnóstico confirmado de covid-19. “A adoção de protocolos voltados à prescrição pode melhorar a aderência a diretrizes e reforçar a qualidade do cuidado, além da segurança nos atendimentos por telemedicina”, concluem os autores.

* É permitida a republicação das reportagens e artigos em meios digitais de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND.
O texto não deve ser editado e a autoria deve ser atribuída, incluindo a fonte (Science Arena).

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