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16.06.2025 Formação

Como estabelecer boa relação com orientandos

Cultivar boas relações de trabalho com orientandos ajuda a criar ambiente de respeito mútuo, reduzir evasão e aprimorar qualidade da pesquisa

Professor e aluna trabalhando em um laptop na universidade. Eles discutem um projeto, conversam e sorriem. Realizar encontros regulares permite ao orientador monitorar o progresso de seus orientandos, mantendo-os engajados e motivados | Imagem: Shutterstock

Orientadores exercem forte influência sobre estudantes de pós-graduação. Mais do que supervisionar tarefas, eles desempenham um papel formativo, ajudando-os a desenvolver autonomia, pensamento crítico e ética científica. 

O diálogo e a confiança, ancorados em metas bem definidas, são essenciais para que a orientação flua com mais leveza, permitindo que os desafios sejam enfrentados de forma colaborativa.

Nesse sentido, é fundamental que orientadores e orientandos estabeleçam, desde o início, uma boa relação de trabalho, já que um ambiente de respeito mútuo tende a favorecer o bem-estar do estudante, reduzindo a evasão na pós-graduação e aprimorando a qualidade das pesquisas. 

Em geral, relações conflituosas ou mal conduzidas podem desmotivar o orientando, comprometendo prazos e até mesmo os resultados do trabalho.

Construir vínculos saudáveis, baseados em comunicação aberta e objetivos compartilhados, é um dos pilares para a formação de bons pesquisadores e geração de conhecimento relevante para a sociedade. 

A seguir, algumas práticas recomendadas para que orientadores cultivem uma relação positiva e produtiva com seus orientandos.

1. Estabeleça expectativas claras: Definir, desde o início, objetivos, prazos e responsabilidades é fundamental, pois ajuda orientador e orientando a alinharem expectativas e evitar mal-entendidos. 

Isso inclui compreender os objetivos de pesquisa do orientando, ajudá-lo a formular boas perguntas, identificar lacunas no conhecimento existente, organizar o estudo com base nessas perguntas, estabelecer prazos para a entrega de cada parte do trabalho e planejar o andamento da pesquisa em reuniões semanais.

2. Acompanhamento constante: Realizar encontros regulares permite ao orientador monitorar o progresso do estudante, mantendo-o engajado e motivado, além de abrir espaço para que compartilhe avanços e dificuldades. 

Reuniões frequentes e canais de comunicação acessíveis promovem um ambiente de confiança e facilitam a resolução de problemas.

3. Flexibilidade: Embora o processo de orientação exija uma abordagem estruturada, a flexibilidade é fundamental. Obstáculos inesperados podem surgir, e muitos alunos ainda estão desenvolvendo suas habilidades como pesquisadores. Ajustar prazos e metas conforme suas necessidades torna o processo mais acolhedor e ajuda a evitar sobrecargas.

4. Ofereça feedbacks construtivos: Comentários específicos e equilibrados sobre o progresso do orientando tendem a incentivar seu desenvolvimento acadêmico e pessoal. Nesse sentido, procure dar retornos construtivos e aplicáveis, destacando os pontos fortes do aluno e indicando aqueles que podem melhorar. 

Divida os comentários em partes curtas e focadas, abordando trechos específicos do projeto. Isso ajuda a reduzir a sensação de sobrecarga e torna o feedback mais fácil de assimilar.

5. Fomentar a autonomia: É importante que o orientador encontre um equilíbrio entre oferecer orientação e incentivar a independência dos estudantes. Estimulá-los a tomar decisões e desenvolver autonomia intelectual é essencial para sua formação como pesquisadores. Para isso, permita que façam algumas escolhas por conta própria, oferecendo apoio sempre que necessário.

6. Demonstrar empatia e apoio emocional: Reconhecer os desafios enfrentados pelos orientandos e oferecer suporte contribui para o bem-estar e a motivação deles.

7. Promover o desenvolvimento profissional: Orientadores devem apoiar oportunidades de networking, participação em conferências e outras atividades que ampliem as perspectivas de carreira dos orientandos.

O papel do orientador é fundamental para criar um ambiente aberto e colaborativo. Ser acessível e acolhedor ajuda o estudante a se sentir mais à vontade para compartilhar ideias, tirar dúvidas e participar de conversas mais produtivas. 

Essa relação pode ser construída por meio de encontros rápidos via zoom, e-mail ou durante os horários de atendimento. 

Quando os alunos se sentem apoiados, motivados e desafiados a pensar de forma crítica e autônoma, o processo de pesquisa se torna mais eficiente, e os resultados alcançados tendem a refletir maior profundidade, originalidade e impacto.

Saiba mais:

Artigo publicado em 2021 no American Journal of Human Biology traz dicas para navegar com sucesso na jornada entre orientadores e orientandos. 
Trabalho divulgado em 2024 na revista Frontiers in Psychology analisa como diferentes tipos de mentoria influenciam a qualidade da relação entre orientadores e orientandos.

* É permitida a republicação das reportagens e artigos em meios digitais de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND.
O texto não deve ser editado e a autoria deve ser atribuída, incluindo a fonte (Science Arena).

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