SOBRE
#Carreiras
10.07.2025 Formação

Conheça 4 estratégias para o desenvolvimento de professores

Especialista elenca habilidades prioritárias para aprimorar práticas de ensino e promover abordagens mais centradas nos alunos

Professor faz uma aula expositiva com alunos olhando para ele, em uma sala de aula O desenvolvimento docente, ao focar na autonomia dos alunos, pode ajudar a estimular o interesse dos jovens pela pesquisa científica movida pela curiosidade e a criatividade | Imagem: Shutterstock

Nos dias 10 e 11 de outubro, o Centro de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (Campus Cecília e Abram Szajman), em São Paulo, sediará o IV Simpósio Internacional de Educação – Transformando a Educação do Brasil, voltado para educadores, pesquisadores e alunos de pós-graduação com foco em educação. As inscrições estão abertas até 20 de agosto

Mais informações estão disponíveis na seção de Oportunidades do Science Arena

A programação inclui workshops e a participação de especialistas como Galina Gheihman, professora de neurologia da Harvard Medical School, nos Estados Unidos; Priscila Cruz, presidente do movimento Todos Pela Educação; e Welbert Pereira, coordenador da Pós-graduação em Bioengenharia do Einstein Hospital Israelita.

Clique aqui e veja a lista completa dos palestrantes.

Desenvolvimento docente

O simpósio pretende promover reflexões sobre práticas pedagógicas capazes de atender demandas de um mundo em transformação.

Desenvolvimento socioemocional, ensino interprofissional e as implicações do uso de inteligência artificial (IA) na educação são alguns dos temas a serem abordados. 

O encontro também abre espaço para discussões sobre desenvolvimento docente – isto é, ações de educação continuada para que professores aprimorem suas práticas de ensino, competências de relacionamento interpessoal e habilidades gerenciais.  

“Algumas das principais habilidades a serem desenvolvidas na docência, especialmente na educação superior, buscam promover um ensino mais inovador e centrado no aluno”, explica a médica Elda Maria Stafuzza Gonçalves Pires, coordenadora acadêmica da graduação em medicina do Einstein e membro da organização do evento.

A seguir, Stafuzza enumera demandas e lacunas na formação de docentes – e que serão discutidas mais a fundo durante o simpósio:

1. Estratégias de ensino centradas no aluno:

– Conhecer e se apropriar de estratégias que coloquem o aluno no centro do processo, superando o modelo expositivo em que o professor é o “dono” do conhecimento.

– Professores podem atuar como facilitadores em sala de aula, desafiando alunos, propondo problemas e perguntas que estimulem o pensamento crítico – o que é aplicável a qualquer área do conhecimento.

– Estratégias pedagógicas específicas incluem o Team Based Learning, a gamificação e o uso de simulação.

– Capacitação no uso da IA como apoio na sala de aula ou na preparação das aulas.

– Para a área da saúde, destacam-se as técnicas de ensino e avaliação em ambiente clínico multiprofissional (como o ensino à beira leito em ambulatórios ou enfermarias), e o microteaching para análise da oratória e recebimento de feedback.

2. Desenvolvimento de mindset e habilidades interpessoais:

– Os docentes podem aprender a criar um ambiente acolhedor, onde o aluno se sinta confortável para expor suas dúvidas e questionamentos.

– É possível aprimorar habilidades de controle de sala e dinâmica, importantes para conduzir aulas colaborativas, nas quais os alunos participam ativamente, fazem escolhas e tomam decisões, justificando-as em debates.

3. Habilidades de avaliação e feedback:

– A forma de avaliar o aluno precisa evoluir para além da memorização, focando na avaliação do raciocínio, da capacidade de articular informações e fazer inferências.

– Para cursos que requerem o desenvolvimento de técnicas, habilidades e competências (como a medicina), o professor precisa saber fazer o “diagnóstico” de aprendizagem do aluno e dar feedback.

– No contexto da saúde, é essencial ensinar o raciocínio clínico, que envolve juntar as peças do “quebra-cabeça” para chegar a um diagnóstico. Isso inclui usar perguntas abertas para entender as dificuldades dos estudantes (coleta de informação, interpretação de dados ou exames) e reconhecer vieses que os alunos podem ter, como ancorar na primeira hipótese.

4. Estímulo à pesquisa:

– O desenvolvimento docente, ao focar na autonomia dos alunos, pode ajudar a estimular o interesse dos jovens pela pesquisa científica movida pela curiosidade e a criatividade.

– O ensino contextualizado, que mostra ao aluno a relevância prática do que está aprendendo, evita a memorização e estimula o raciocínio.

– É importante desenvolver no aluno o “self-regulated learning” e a metacognição, ou seja, a capacidade de os alunos olharem para si mesmos, perceberem o que sabem e o que não sabem, identificarem lacunas e buscarem aprimoramento.

* É permitida a republicação das reportagens e artigos em meios digitais de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND.
O texto não deve ser editado e a autoria deve ser atribuída, incluindo a fonte (Science Arena).

Carreiras

0 Comentários
Oldest
Newest Most Voted
Inline Feedbacks
View all comments
Receba nossa newsletter

Newsletter

Receba nossos conteúdos por e-mail. Preencha os dados abaixo para assinar nossa newsletter

Captcha obrigatório
Seu e-mail foi cadastrado com sucesso!
Cadastre-se na Newsletter do Science Arena