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“Causos” da ciência revelam o lado humano da pesquisa

Em livro recém-lançado, Peter Schulz discute como o fazer científico envolve risco, criatividade e aventuras, aproximando ciência e sociedade

Ilustração abstrata em tons de azul e cobre que representa a pesquisa científica em saúde. Mostra uma cientista observando ao microscópio e um pesquisador segurando um frasco, com símbolos como DNA, átomo e caduceu ao fundo. No livro 'Ciência em cena – quem faz, como se faz, onde se faz', o físico Peter Schulz, da Unicamp, argumenta que as descobertas científicas são gandes aventuras humanas, que acontecem em diferentes lugares e envolvendo muitas pessoas e equipamentos | Imagem gerada por IA

O físico Peter Schulz, professor da Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), acaba de lançar o livro Ciência em cena: quem faz, como se faz, onde se faz (Faccioli Editorial, 2025). Ex-docente do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW), Schulz atualmente é professor titular da Faculdade de Ciências Aplicadas (que foi dirigida por ele entre 2013 e 2017) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Ciência em cena é organizado em 39 capítulos e está disponível para venda neste link.

No dia 12 de novembro, às 13h30, acontece o lançamento oficial do livro durante a Semana Cultural da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Unicamp, em Limeira (SP).

A obra, de 272 páginas, convida o público a encarar a ciência como uma grande aventura humana — feita de descobertas, impasses e boas histórias.

“As descobertas e os desenvolvimentos da ciência são, antes de mais nada, grandes aventuras, envolvendo um monte de gente, cientistas e não cientistas, que trabalham em diferentes lugares usando inúmeros instrumentos”, escreve Schulz na introdução do livro.

À Agência FAPESP, completou: “O público muitas vezes só tem acesso ao que chamamos de ciência como resultado de um trabalho impessoal ou atribuído a uns poucos ‘gênios’, que são os únicos lembrados.”

Fotografia do livro “Ciência em Cena”, de Peter Schulz, apoiado em uma estante com outros títulos ao fundo. A capa é azul com elementos gráficos circulares em tons de roxo e laranja, destacando as palavras Quem faz, Como se faz, Onde se faz.
Imagem: Bruno de Pierro

Schulz também é um estudioso da comunicação científica, e chegou a tratar do assunto em entrevista ao Science Arena em 2023. Na conversa, falou dos desafios para tornar a revisão por pares mais aberta e transparente.

Com mais de três décadas de docência e sólida trajetória na divulgação científica, Schulz reúne episódios e “causos” que revelam o funcionamento da ciência de modo acessível e envolvente.

O autor, que já colaborou para o Jornal da Unicamp, propõe um olhar que alia rigor, humor e emoção – mostrando que a ciência não acontece apenas nos laboratórios, mas também nas relações, controvérsias e conversas entre pessoas que buscam compreender o mundo.

“Peter tem rara habilidade, comparável à magia dos filmes da Disney, de proporcionar leituras com diferentes níveis de profundidade, todas igualmente prazerosas”, escreveu, no prefácio do livro, o físico Marcelo Knobel, diretor executivo da Academia Mundial de Ciências para o Avanço da Ciência nos Países em Desenvolvimento (TWAS).

Entre 2017 e 2021, período em que Knobel foi reitor da Unicamp, Schulz esteve à frente da Diretoria de Assessoria de Comunicação da universidade. “[Schulz] conseguiu reestruturar o órgão e liderar a equipe na realização de projetos verdadeiramente incríveis, que deixaram um legado duradouro”, disse Knobel.

A ciência como aventura humana

Em Ciência em cena, a busca pelo conhecimento é mostrada como uma jornada humana repleta de tentativas, erros, descobertas e colaboração.

Schulz se dedica a falar dos bastidores da pesquisa: revela como a ciência se faz na prática — com pessoas reais, limitações e contextos históricos específicos.

Os “causos” científicos, como se refere o autor, são pequenas histórias que ajudam a entender como se definem conceitos fundamentais, como a unidade de medida em metro, ou como tecnologias e instrumentos moldam a compreensão do universo.

O físico Peter Schulz, professor da Unicamp e autor do livro recém-lançado Ciência em cena: quem faz, como se faz, onde se faz (Faccioli Editorial, 2025): “As descobertas e os desenvolvimentos da ciência são, antes de mais nada, grandes aventuras” | Imagem: Felipe Bezerra/Unicamp

O prazer da leitura livre

Schulz convida o leitor e a leitora a escolherem o próprio percurso — ler na ordem que quiserem, fazer anotações e explorar as notas de rodapé como parte da experiência.

Os 39 capítulos do livro são organizados em seis partes:

“A ciência é uma atividade humana com características e procedimentos próprios, que se modificaram com o passar do tempo. Nesse conjunto estão a comunicação entre cientistas, a organização da atividade e os projetos de pesquisa”, escreve o autor.

“A ciência também não está livre de polêmicas, e suas verdades não são absolutas; algumas descobertas festejadas podem ser, com novas evidências, completamente abandonadas”, reflete Schulz.

Com linguagem acessível e estilo narrativo fluido, Ciência em cena busca despertar a curiosidade sobre o fazer científico e aproximar o público das histórias que dão vida ao conhecimento.

* É permitida a republicação das reportagens e artigos em meios digitais de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND.
O texto não deve ser editado e a autoria deve ser atribuída, incluindo a fonte (Science Arena).

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