25.04.2024 Saúde Mental

Pacientes com câncer têm benefícios com tratamentos de saúde mental

Estudo clínico mostra que terapia cognitiva-comportamental durante terapia oncológica leva a melhor qualidade de vida e economia para sistemas de saúde

Redação

Um estudo clínico com 459 pacientes em tratamento de câncer e seus cuidadores, realizado nos Estados Unidos, mostra que a adoção de uma hora por semana de terapia cognitiva-comportamental traz melhorias na qualidade de vida, como redução de dor, depressão e fadiga. Os resultados foram publicados na revista The Lancet.

Os pesquisadores, liderados pela professora Jennifer Steel, da Universidade de Pittsburgh, observaram ainda um risco menor de doenças cardiovasculares nos familiares que cuidam desses pacientes, além da redução de custos para o sistema de saúde.

Foi calculada uma economia superior a US$ 4 milhões a cada 250 pacientes se a medida fosse adotada, mesmo que o acompanhamento fosse oferecido de graça (não existe sistema público de saúde nos Estados Unidos). Esta foi a primeira intervenção realizada naquele país no contexto do câncer a mostrar a economia de recursos.

“O padrão atual de cuidado, que inclui rastreamento de pacientes com sintomas depressivos e encaminhamento a um especialista, não está funcionando”, disse Steel num informe à imprensa. “Nosso rastreamento integrado e programa de tratamento fornecem suporte significativo aos pacientes e podem economizar milhões de dólares ao evitar novas internações”, explicou.

Metade dos pacientes passou por um rastreamento integrado de saúde mental e foi encaminhado a um grupo de intervenção, além de conectado a um profissional para sessões semanais de terapia cognitiva-comportamental (TCC).

As sessões de uma hora, por meio de telemedicina, eram integradas ao plano de tratamento oncológico e foram conduzidas por 12 semanas. Se a TCC sozinha não estivesse trazendo benefício, era oferecida aos pacientes medicação adequada.

Redução de internações

Os que receberam tratamento mental integrado ao oncológico passaram menos pelo pronto-socorro e tiveram menos internações, passando menos dias no hospital do que os que não passaram pela intervenção.

Muitos estudos já haviam demonstrado que sintomas como depressão e dor são associados com altos índices de visitas ao pronto-socorro e novas internações, além de altos custos de saúde e baixa taxa de sobrevida.

Por quase duas décadas, o rastreamento de sintomas depressivos e encaminhamento para tratamento se tornou padrão nos Estados Unidos, Canadá, Europa e Austrália. No entanto, muitas barreiras impedem a maioria dos pacientes de iniciar uma terapia de saúde mental.

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